segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Rumo ao norte

Foges de mim
Como quem foge da morte
Caças a tua vela
E rumas a norte

Peço-te só mais uma vez
Por um beijo teu
Mas já vais longe
Rumo ao céu

Um só olhar
Uma só lágrima
Um desespero crescente
Contido numa rima

O horizonte cruel
Esconde o teu ser
O mar salgado
Leva-te até eu te perder

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Coisas da vida

Cenário: Conversa com a avó.

Avó: Não devo parecer assim tão velha.
Eu: Porque dizes isso avó?
Avó: Porque a minha mota avariou à beira da estrada e ninguém parou para me ajudar.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Mentalista

Entre o medo irracional de me sentar numa retrete com uma vírgula de merda ressequida colada no ponto usual de queda da dita cuja e a apreensão racional por não ter dinheiro no futuro para comprar um terreno para construir uma casa que também não terei dinheiro para construir, encontro-me eu.

Tenho andado em campo a investigar as gerações mais antigas a tentar perceber como funcionavam antigamente as coisas, porque pelo que me parece antigamente era mais fácil juntar uns cobres e comprar uma casita. Depois de pedir a opinião a várias pessoas, todas elas me referiram os seguintes factores:
  • Antigamente faziam-se sacrifícios,não se ia à bica,não se tomavam pequenos almoços na pastelaria/padaria,não se tiravam férias no Algarve,não se metiam unhas de gel,não se fazia o totoloto,não se saía à noite,não havia mensalidade de telemóvel,não havia ginásio,não havia mensalidade da meo,basicamente não se gastava dinheiro em coisas superficiais;
  • Antigamente os jovens, quando se casavam iam morar para a casa dos pais ou dos sogros e não iam para um apartamento "modesto" completamente mobilado;
  • Antigamente poupavam-se todos o trocos possíveis e logo que houvesse um dinheirinho metia-se logo no banco;
  • Antigamente faziam-se sacrifícios.
Começo a perceber que o real problema não é o Euro nem a crise económica que actualmente se instala e o "fácil" não existe.

Sim, repeti o ponto sacrifícios.
Isto porque o meu medo está mesmo aí. Tenho medo de um dia não estar disposto a fazer, não digo todos, mas alguns dos sacrifícios anteriormente referidos. Não me refiro a ser um mártir, não sou estúpido, ainda, mas começo a ter consciência que realmente é necessário abdicar de certas coisas para poder ter outras.

Isto é serviço público!