segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Homem do Mar

Oh homem do mar incógnito,
Ninguém sabe quem tu és,
Mas todos falam de ti.
Eu já te conheci...
Sei quem tu és.
Não és feio,não és bonito,
És apenas mais um entre muitos.
As tuas mãos contam as tuas histórias
As aventuras, as memórias.
O teu olhar cintilante devolve-te ao mar,
As palavras que te saem da boca dizem:
"Esta é a minha vida,tenho que lá voltar".
Não querias uns livros na sacola, não podias,
Eras pobre.
Substituíste-os pelas noites frias,
Que gelam o aço o bronze e o cobre.
Não sabes fazer mais nada homem do mar.
Não sabes viver sem o sal, não consegues.
A vida, essa, já não a persegues.
Vais tentando sobrevive-la,
Com um sorriso e uma tonelada de fé.
Nem a onda mais forte te derruba,
Nem a corrente mais forte te desorienta
Nem o vento mais forte te afasta da rota.
É assim a tua vida Homem.
E por teres que lá voltar...
Vou admirar!
Vou chorar!
Vou acreditar!
Vou esperar...
Por ti,
Homem do mar.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Não foder e sair de cima

Já dizia a minha avózinha,
Não faças aos outros aquilo que não gostas que façam a ti.
E que razão ela tinha...

O contrário é igualmente verdade,
Gosto de fazer aos outros aquilo que gosto que façam por mim.
Fazê-lo honestamente e com seriedade.

Eu sinto-me bem com o bem dos outros,
Sinto-me melhor em dar do que em receber,
Acho mesmo que somos todos uns tolos.

Porquê?

Acho sinceramente que o nosso prazer,
Ao dar em vez de receber,
Dura mais.

"O quê???"
"Jamais!!!"
Podem pensar alguns...

Espero não ser o único a pensar assim,
Porque para mim,
O prazer que advém do receber,
É curto e por vezes momentâneo,
Enquanto que o dar,
"Parece" que nos preenche em todo tamanho.
Ver aquele sorriso de satisfação,
Aquela lágrima de felicidade,
Uma parte do nosso coração...
É intemporal este dom.

Mas vá...receber também é bom!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Noites longas

Enquanto olhava a água da chuva
Descer elegantemente a estrada,
Pensava que a noite terminara.

O meu corpo ía reagindo lentamente,
O meu pensamento divagava,
O frio já falava.

Estava dormente.

As horas passavam devagar
Eles diziam "só mais uma".
"Não posso continuar"
Pensei.

Hey!!!

Chamaram-me.
Movi mecanicamente o corpo até ali,
Até...até...
Até que te vi.

Estavas na mesma,
Linda!

O teu olhar fintava-me,
Mas eu sabia
Eu sabia que tu sabias.
E era verdade.

Disseste-me para não olhar para ti
Eu fingi...
Disse que não te olhava...
Menti...

Chegada a hora
Despedi-me,
Fui embora.

Para um lugar estranho,
Com pessoas estranhas,
Não sou de lá...
Ou talvez seja...
Estou confuso...
A minha cabeça lateja!
O meu andar torna-se obtuso...

Venho-me embora,
Outra vez...
Mas desta vez,
Para casa.
Não a minha, a nossa.