domingo, 23 de dezembro de 2012

3x9

A minha inteligência que me persegue não me acompanha no caminho inverso ao que fiz até agora.
A minha visão do mundo está tão perversa como eu próprio sou todos os dias que me lembro.
Não há razão de ser para o que eu digo, para o que eu digo, para o que eu digo...
Há uma vontade de girar e ficar no mesmo sítio, assim como estou agora, a girar.

O mundo gira, eu também, com a excepção de que eu não viajo pela agradável escuridão que me ilumina de vez em quando.
Aceno ao longe, aceno ao desejo e à paixão e num golpe de etilismo faço-me à estrada.
Tomo o caminho que qualquer coisa deve tomar. A verdade tão nua que me dói só de pensar no seu oposto.
A verdade que me salvou, que me guiou, mata-me com um sopro tão simples como uma suave brisa de um temporal longínquo, daqueles de que se ouve falar mas que não nos dói mas que dá que pensar.
Um palavrão, dois palavrões...não mais. Foi isso o que a verdade me trouxe, num alívio dolorosamente dormente pelo sopro que me bateu.

Há um momento entre mim e uma qualquer coisa que me excita loucamente. Há um espaço que me impede de concretizar tudo o que o mundo me deve, há.
Não.
Não.