terça-feira, 30 de novembro de 2010

Lago

Ela esperava sentada junto ao lago

Numa manhã fria de Outono.

Estava um frio cortante

E uma névoa densa repousava sobre o lago

Que dormia tranquilo

Perante um silêncio desconcertante.


Ouviu ao longe uma chiadeira.

O seu olhar que adormecia na terra

Ergueu-se e o seu coração palpitou.

O som arrastava-se quase sem pressa

E aumentava a medo.

Ela levantou-se e atenta, observou.


Do meio da neblina uma figura pequena surgiu,

Montada numa pequena bicicleta ferrugenta.

A figura aproximou-se e tornou-se mais nítida.

Ficaram as duas frente a frente

As suas respirações ofegantes misturavam-se.

Deram as mãos timidamente.


Beijaram-se.


O único calor que sentiam vinha da boca uma da outra.

O silêncio continuava, e não tencionava terminar.

Abraçaram-se e desejaram que fosse assim para sempre

Apenas elas e o lago e o silêncio para partilhar.

Sorriram e suspiraram em harmonia um “amo-te”.

E soltaram uma gargalhada vibrante.

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