Ela esperava sentada junto ao lago
Numa manhã fria de Outono.
Estava um frio cortante
E uma névoa densa repousava sobre o lago
Que dormia tranquilo
Perante um silêncio desconcertante.
Ouviu ao longe uma chiadeira.
O seu olhar que adormecia na terra
Ergueu-se e o seu coração palpitou.
O som arrastava-se quase sem pressa
E aumentava a medo.
Ela levantou-se e atenta, observou.
Do meio da neblina uma figura pequena surgiu,
Montada numa pequena bicicleta ferrugenta.
A figura aproximou-se e tornou-se mais nítida.
Ficaram as duas frente a frente
As suas respirações ofegantes misturavam-se.
Deram as mãos timidamente.
Beijaram-se.
O único calor que sentiam vinha da boca uma da outra.
O silêncio continuava, e não tencionava terminar.
Abraçaram-se e desejaram que fosse assim para sempre
Apenas elas e o lago e o silêncio para partilhar.
Sorriram e suspiraram em harmonia um “amo-te”.
E soltaram uma gargalhada vibrante.
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