Voei entre as
amarras que me prendiam ao infinito da minha inocência
Sentado na madeira moldada pelas mãos de ouro
Que sabiam mais que o mundo.
Era o meu balancé, o melhor balancé já alguma vez feito.
Passava as minhas tardes a voar, para a frente e depois
para trás
E assim sucessivamente.
Apenas balançando num movimento repetitivo, não havia
nada em que pensar
Havia apenas que voar.
Depois desse não houve mais nenhum, a madeira do balancé
apodreceu com o tempo
E com ele surgiu o pensamento e amadureceu a essência do
meu ser.
Não me fizeste mais nenhum balancé.
Não porque não quisesses, mas porque não podias.
As mãos de ouro que moldaram a madeira, estavam agora sem
movimento.
No entanto, nunca perderam o brilho, a delicadeza e o
valor.
O último melhor balancé do mundo foi meu.
Obrigado avô.
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