quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Noites longas

Enquanto olhava a água da chuva
Descer elegantemente a estrada,
Pensava que a noite terminara.

O meu corpo ía reagindo lentamente,
O meu pensamento divagava,
O frio já falava.

Estava dormente.

As horas passavam devagar
Eles diziam "só mais uma".
"Não posso continuar"
Pensei.

Hey!!!

Chamaram-me.
Movi mecanicamente o corpo até ali,
Até...até...
Até que te vi.

Estavas na mesma,
Linda!

O teu olhar fintava-me,
Mas eu sabia
Eu sabia que tu sabias.
E era verdade.

Disseste-me para não olhar para ti
Eu fingi...
Disse que não te olhava...
Menti...

Chegada a hora
Despedi-me,
Fui embora.

Para um lugar estranho,
Com pessoas estranhas,
Não sou de lá...
Ou talvez seja...
Estou confuso...
A minha cabeça lateja!
O meu andar torna-se obtuso...

Venho-me embora,
Outra vez...
Mas desta vez,
Para casa.
Não a minha, a nossa.

Um comentário:

  1. Ficaste surpreendido com alguns "eu já", hum... A ideia não é necessariamente surpreender, mas acho tão giro revelarmos os nossos "podres" uns aos outros e vermos como toda a gente faz asneiras e coisas fantásticas em simultâneo... a imperfeição tem muita piada. A propósito, gostei dos poemas. Beijinho e aparece*

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