sábado, 29 de maio de 2010

Todos gostamos de sonhar

Mas serão todos os nossos sonhos possíveis de realização?
É bom que certos sonhos se mantenham como tal, ou seja, inatingíveis, apenas sonhos que desejaríamos concretizar um dia, como uma espécie de fé saudável que nos mantém crentes em algo inatingível.
É bom sentirmos que poderíamos fazer algo transcendente, impossível, ou até proibido e saber que isso nos iria realizar, que nos iria encher de adrenalina ou que nos iria excitar. No entanto, temos que nos manter tão realistas como toda a realidade que nos rodeia e que nos impede de fazermos loucuras no dia-a-dia.
O que nos impede de cometermos uma loucura?
Tudo e nada.
Digo isto porque por vezes não existe nada físico que impeça a realização de um desejo ou de uma loucura, todavia, existem factores psicológicos, culturais, sociais que nos impedem, e por vezes esses factores são tão fortes, que o Universo equilibrado em nosso redor, ri de gozo. Vê-nos estrebuchar confusos nas teias do raciocínio incansável do nosso cérebro. Não conseguimos nunca deixar de pensar em tudo associado a um acontecimento, as vantagens, desvantagens, causas e consequências.
O meu palpite para evitar todas estas dificuldades é acreditar no equilíbrio do Universo, acreditar nos sinais que nos chegam e nas oportunidades que nos surgem, devemos portanto, sem uma passividade exagerada, e ao mesmo tempo sem forçar, esperar sentados pela harmonia desordenada da nossa mente.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Mulheres

Sempre quis saber escrever sobre mulheres, ou pelo menos tentar perceber um pouco o modo como pensam e actuam, as variações existentes entre elas e os factores psicológicos completamente obscuros que fazem com que elas não se percebam a elas próprias.
Todos nós convivemos com mulheres diariamente, com vários tipos de mulheres e a única conclusão a que chegamos, a única certeza com que nos deparamos, é que todas são diferentes, todas. Possuindo, no entanto características em comum.
Na minha convivência de cerca de 8 anos com uma mulher, a namorada, a mesma, diga-se, tenho vindo a aperceber-me que, no caso dela, ganha-me sempre qualquer discussão possível e imaginária e deixa-me completamente sem argumentos, ou pelo menos cansado do esforço mental por tentar, em vão, argumentar contra ela e de tanto a ouvir. Outra mulher, com quem convivo desde que nasci, é a minha mãe, e quanto a essa mulher, posso dizer que tem um poder de argumentação dos mais poderosos que possam existir, já que demonstra um tipo de convicção nas palavras que me convence de imediato do que quer que seja. Outra mulher que devo referir é a minha avó materna. Embora não conviva tanto com ela, apercebo-me que o tipo de argumentação dela baseia-se mais no dom da palavra, associado à experiência de vida e ao papel sociológico de base dentro da família. No que respeita ao papel das mulheres nas profissões associadas ao poder de argumentação, advocacia por exemplo, elas definitivamente são mais em quantidade e em qualidade. É quase que genético, um pequeno ponto em concordância na psicologia feminina.
Na argumentação elas são mesmo melhores que os homens.
Falando de outra característica feminina, ocorre-me a própria psicologia feminina. Analisando novamente as mulheres da minha vida e começando pela namorada, começo por referir que de todas, é ela o elo mais fraco. Não querendo fazer uma fraca interpretação, considero que ela ainda não consegue perceber muito bem o que eu estou a pensar sobre um dado assunto numa dada altura, mas para isso mesmo é que serve o namoro. No entanto ela já me percebe muito bem, os meus tiques e sinais exteriores, gostos e algumas opiniões. Referindo agora a minha mãe, essa tem uma psicologia de saber exactamente o que penso, é impressionante, chega a ser desesperante, porque por vezes tenho que lhe tentar mentir por palavras para que ela não perceba exactamente o que me vai na cabeça, mas fazendo das palavras dela as minhas, ninguém engana uma mãe. Compreende-me como ninguém. Finalmente a minha avó tem o dom da adivinhação, ou seja, ainda as coisas não aconteceram e já ela está a dizer "mais tarde ou mais cedo...". Acho que de todas as capacidades psicológicas é a mais difícil e também a mais simples. Requer, como é óbvio, uma experiência de vida que sustente tal à vontade em afirmar algo que ainda não aconteceu e que nem se sabe, só ela, se vai acontecer ou não.
No campo profissional ligado à psicologia, existem mais mulheres que homens e novamente as mulheres no que toca à organização e compreensão de individualidades e massas, batem os homens aos pontos. Por vezes chegam a compreender melhor os outros que a elas próprias. Existe novamente outra característica em comum, mais um ponto em concordância.
Resumindo tudo isto, as mulheres por mais diferentes, inacessíveis, inargumentáveis, incompreendidas por elas próprias e por outros, continuarão sempre a ser as "nossas" mulheres.

domingo, 16 de maio de 2010

O princípio da macacada

Vivemos numa época tão contemporânea como outra qualquer, com a única diferença que saberemos muito mais do que os nossos avós e pais algum dia saberão. Com o desenvolvimento de todo um leque de meios de informação, somos pessoas cada vez mais ricas culturalmente, com uma maior noção daquilo que se passa no mundo, e das pessoas que o povoam, e sejamos sinceros, quase nada nos surpreende hoje em dia. Estamos tão habituados a contactar com informações que têm tanto de bizarras como de vulgares, que chegamos mesmo a dar por nós à procura de algo trivialmente diferente. Eu sou adepto da frase "a ignorância é uma bênção". Não me refiro como é óbvio à ignorância como uma falta de saber ou relativa à incompetência, mas sim à ignorância que não nos diz que aquilo que sabemos nos pode magoar ou alterar irreversivelmente.
Na fase, que eu considero, mais crítica relativamente à concorrência e ao estilo de viver "cada um por si", aproximamo-nos a uma velocidade crescente dos nossos instintos mais animalescos e das nossas acções e pensamentos mais degenerativos. Considerando que há cada vez mais estudos que comprovam que os animais ditos irracionais, conseguem por vezes demonstrar actos de afecto ou sinais de inteligência tão surpreendentes, atrevo-me a perguntar se serão os animais irracionais que estarão a evoluir porque o mundo que os rodeia assim exige ou se será o ser humano que está a regredir aos confins da sua origem associada aos paus e às pedras porque o seu mundo também assim o exige.
Todos temos a perfeita noção que para ser melhor que o outro, temos quer ser mais rápidos, mais inteligentes, mais perspicazes, mais bonitos, mais magros, mais bem falantes, mais cultos,etc,e ganhar mais dinheiro. É tão verdade como o sol nascer amanha que qualquer pessoa se sente superior, ou pelo menos mais à vontade, quando sabe que ganha mais dinheiro que outra. Cheguei a ler num livro, que um actual gestor de sucesso, no início da sua carreira, quando ia a entrevistas de emprego ou quando se ia encontrar com algum cliente, envergava o seu melhor fato e levantava cerca de 1000 dólares, o dinheiro todo que tinha, para meter na carteira, e dizia que isso aumentava a sua auto-estima, não tinha que baixar tanto a cabeça quando passava por alguém.
As nossas prioridades mudaram, é irrefutável. Adaptamo-nos ao mundo de crise em que vivemos, com as armas mais eficazes, e elas neste momento são o dinheiro e o poder. Somos como os animais que demonstram o seu poder com altos rugidos e marcam o seu território com a sua urina e as suas fezes, a única diferença é que nós utilizamos palavras vaidosas e actos de ostentação e o dinheiro.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Fases da nossa vida

0-10 anos
mãe é essencial
10-25 anos
mãe é necessária
25-40 anos
mãe é crucial
40-80/... anos
mãe é mãe

Nota:Este post é dedicado a todos os filhos que deveriam amar incondicionalmente as mães*.

*mãe:pessoa do sexo feminino que ama incondicionalmente o/s seu/s filho/s independentemente de serem provenientes do seu ventre ou não.

Vai ser sempre assim

A Terra treme debaixo dos meus pés e eu tremo com ela,
O vento sopra forte a arrasta-me com ele,
O mar está calmo, leio um livro, o mar está revolto, sinto medo,
A chuva vem e eu deprimo,
O sol vem e eu animo,
Entre o sol e a chuva, a folha cai e o meu cabelo também,
Entre a chuva e o sol, liberta-se o principio da vida, eu apanho alergia,
A noite cai e fico com sono,
O dia nasce e eu desperto,
O tempo passa e fico mais velho,
Se tiver azar, morro,
Se tiver sorte, também.

O eu que sou eu

A brisa leve,vagarosa,sem pressa,
Varre as encostas do meu ser.
Limpa os meus medos e purifica-me.
Eleva-me até onde tudo começa,

O vazio.

Olho-me de tão longe
Que quase não me vejo.
Não me vejo só a mim.
A multidão que me rodeia
Faz-me sentir pequeno e sozinho,

Como sempre.

Grito!

Mas em vão...
Não me oiço no meio da confusão.

Mais calmo, respiro,

Falo!

Falo para mim sem emitir uma única palavra, um único som.
Só eu me entendo, só eu me oiço.

As palavras, essas...levou-as o vento.