quarta-feira, 26 de maio de 2010

Mulheres

Sempre quis saber escrever sobre mulheres, ou pelo menos tentar perceber um pouco o modo como pensam e actuam, as variações existentes entre elas e os factores psicológicos completamente obscuros que fazem com que elas não se percebam a elas próprias.
Todos nós convivemos com mulheres diariamente, com vários tipos de mulheres e a única conclusão a que chegamos, a única certeza com que nos deparamos, é que todas são diferentes, todas. Possuindo, no entanto características em comum.
Na minha convivência de cerca de 8 anos com uma mulher, a namorada, a mesma, diga-se, tenho vindo a aperceber-me que, no caso dela, ganha-me sempre qualquer discussão possível e imaginária e deixa-me completamente sem argumentos, ou pelo menos cansado do esforço mental por tentar, em vão, argumentar contra ela e de tanto a ouvir. Outra mulher, com quem convivo desde que nasci, é a minha mãe, e quanto a essa mulher, posso dizer que tem um poder de argumentação dos mais poderosos que possam existir, já que demonstra um tipo de convicção nas palavras que me convence de imediato do que quer que seja. Outra mulher que devo referir é a minha avó materna. Embora não conviva tanto com ela, apercebo-me que o tipo de argumentação dela baseia-se mais no dom da palavra, associado à experiência de vida e ao papel sociológico de base dentro da família. No que respeita ao papel das mulheres nas profissões associadas ao poder de argumentação, advocacia por exemplo, elas definitivamente são mais em quantidade e em qualidade. É quase que genético, um pequeno ponto em concordância na psicologia feminina.
Na argumentação elas são mesmo melhores que os homens.
Falando de outra característica feminina, ocorre-me a própria psicologia feminina. Analisando novamente as mulheres da minha vida e começando pela namorada, começo por referir que de todas, é ela o elo mais fraco. Não querendo fazer uma fraca interpretação, considero que ela ainda não consegue perceber muito bem o que eu estou a pensar sobre um dado assunto numa dada altura, mas para isso mesmo é que serve o namoro. No entanto ela já me percebe muito bem, os meus tiques e sinais exteriores, gostos e algumas opiniões. Referindo agora a minha mãe, essa tem uma psicologia de saber exactamente o que penso, é impressionante, chega a ser desesperante, porque por vezes tenho que lhe tentar mentir por palavras para que ela não perceba exactamente o que me vai na cabeça, mas fazendo das palavras dela as minhas, ninguém engana uma mãe. Compreende-me como ninguém. Finalmente a minha avó tem o dom da adivinhação, ou seja, ainda as coisas não aconteceram e já ela está a dizer "mais tarde ou mais cedo...". Acho que de todas as capacidades psicológicas é a mais difícil e também a mais simples. Requer, como é óbvio, uma experiência de vida que sustente tal à vontade em afirmar algo que ainda não aconteceu e que nem se sabe, só ela, se vai acontecer ou não.
No campo profissional ligado à psicologia, existem mais mulheres que homens e novamente as mulheres no que toca à organização e compreensão de individualidades e massas, batem os homens aos pontos. Por vezes chegam a compreender melhor os outros que a elas próprias. Existe novamente outra característica em comum, mais um ponto em concordância.
Resumindo tudo isto, as mulheres por mais diferentes, inacessíveis, inargumentáveis, incompreendidas por elas próprias e por outros, continuarão sempre a ser as "nossas" mulheres.

3 comentários:

  1. Uma análise bastante interessante...
    Por muito que se diga e que se fale, de um modo geral, temos diferenças de atitude em relação aos homens. Temos hormonas diferentes.
    Como falaria sobre os homens da sua vida?

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  2. Maria, é uma pergunta pertinente que pode dar origem a um texto...obrigado pela dica;)

    Beijo!

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  3. Espero que sim! O pai, o irmão,...também têm um lugar na tua vida. Gostava de ver esse testemunho.
    Abracinho

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