sexta-feira, 9 de abril de 2010

7 Palmos de terra



Sou quem a dor aperta,
Sou moralista,um falso poeta,
Cuja dor dói e doeu,
Sou quem fecha a porta aberta.

O meu sangue evapora, ferve.
Apático, insensível, que nada teme.
Finjo quem sou agora.
Trago este amargo na boca,
Esta agonia, nojo do ser que sou.
Enterro sob sete palmos de terra
E gozo a vida entre os grãos de areia
Que o tempo amontoou.

A dor ninguém a leva, ninguém a vê.
Guardo-a só para mim.


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