domingo, 16 de maio de 2010

O princípio da macacada

Vivemos numa época tão contemporânea como outra qualquer, com a única diferença que saberemos muito mais do que os nossos avós e pais algum dia saberão. Com o desenvolvimento de todo um leque de meios de informação, somos pessoas cada vez mais ricas culturalmente, com uma maior noção daquilo que se passa no mundo, e das pessoas que o povoam, e sejamos sinceros, quase nada nos surpreende hoje em dia. Estamos tão habituados a contactar com informações que têm tanto de bizarras como de vulgares, que chegamos mesmo a dar por nós à procura de algo trivialmente diferente. Eu sou adepto da frase "a ignorância é uma bênção". Não me refiro como é óbvio à ignorância como uma falta de saber ou relativa à incompetência, mas sim à ignorância que não nos diz que aquilo que sabemos nos pode magoar ou alterar irreversivelmente.
Na fase, que eu considero, mais crítica relativamente à concorrência e ao estilo de viver "cada um por si", aproximamo-nos a uma velocidade crescente dos nossos instintos mais animalescos e das nossas acções e pensamentos mais degenerativos. Considerando que há cada vez mais estudos que comprovam que os animais ditos irracionais, conseguem por vezes demonstrar actos de afecto ou sinais de inteligência tão surpreendentes, atrevo-me a perguntar se serão os animais irracionais que estarão a evoluir porque o mundo que os rodeia assim exige ou se será o ser humano que está a regredir aos confins da sua origem associada aos paus e às pedras porque o seu mundo também assim o exige.
Todos temos a perfeita noção que para ser melhor que o outro, temos quer ser mais rápidos, mais inteligentes, mais perspicazes, mais bonitos, mais magros, mais bem falantes, mais cultos,etc,e ganhar mais dinheiro. É tão verdade como o sol nascer amanha que qualquer pessoa se sente superior, ou pelo menos mais à vontade, quando sabe que ganha mais dinheiro que outra. Cheguei a ler num livro, que um actual gestor de sucesso, no início da sua carreira, quando ia a entrevistas de emprego ou quando se ia encontrar com algum cliente, envergava o seu melhor fato e levantava cerca de 1000 dólares, o dinheiro todo que tinha, para meter na carteira, e dizia que isso aumentava a sua auto-estima, não tinha que baixar tanto a cabeça quando passava por alguém.
As nossas prioridades mudaram, é irrefutável. Adaptamo-nos ao mundo de crise em que vivemos, com as armas mais eficazes, e elas neste momento são o dinheiro e o poder. Somos como os animais que demonstram o seu poder com altos rugidos e marcam o seu território com a sua urina e as suas fezes, a única diferença é que nós utilizamos palavras vaidosas e actos de ostentação e o dinheiro.

3 comentários:

  1. Olá!
    Concordo completamente contigo!!
    Talvez estejamos a regredir para o estado primitivo!!
    Beijinhos

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  2. Isto é o que tu pensas hoje, mas será que é o que os teus filhos irão pensar?
    A ignorância não é uma benção, a ignorância é atrevida...:):):)
    Gostei da tua divagação mas a tua geração não sabe nada mais do que a anterior, tem apenas mais meios para se "cultivar" que não sabe aproveitar (estou a falar numa generalidade).
    Abracinho

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  3. Maria, considero mesmo que eu saberei muito mais acerca do mundo do que os meus avós ou pais algum dia saberão, isto porque eu tenho um maior acesso e uma maior disponibilidade perante a informação, além disso quando eles falecerem, eu continuarei a apreender informação, ou seja, é mesmo inevitável!

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Ora digam: