Ele sentiu o cano frio,metálico na têmpora.Era uma arma.Por momentos pensou ouvir o disparo que nunca mais chegava e à medida que a vida lhe passava na mente como um relâmpago,o seu corpo ficava tenso e frio.Só se lembrava do bem e do mal que tinha feito,arrependeu-se do mal que fez e chorou,lembrou os bons momentos e chorou ainda mais.As lágrimas caiam nas suas pernas cruzadas como uma chuvada violenta.Não disse uma palavra.Abriu os olhos e vislumbrou o mar ao fundo,onde terminava a erva verde da falésia.Levantou o olhar e viu o sol bojudo no céu sem nuvens.
A arma ainda estava apontada,mas já estava quente.
Corria-lhe na testa um suor frio.Fechou os olhos e chorou imóvel,como uma criança.Só ouvia as ondas rebentar lá longe na falésia e sentia a brisa marítima invadir-lhe a face.
Ouviu um estrondo seco e muito rápido.A arma tinha disparado.
Um gesto mecânico do seu indicador premiu o gatilho.Sentiu-se sereno,sem dor,leve.Ouvia agora o mar mais distante de si como um eco distorcido.Já não havia arrependimento,já não havia bem nem mal,já não havia tempo nem espaço.
Passados uns minutos deixou de ouvir o mar.
JP um texto muito bem escrito mas tão triste, muito doloroso até para quem lê...
ResponderExcluirUm homem no início da vida como tu, tem que afastar este tipo de "pessimismo da cabeça" ,mesmo que ficcionados...
Quero ler um "escrito", um ode ao AMOR, À VIDA, por favor...:):):)
Abracinho
Se este texto não se referisse a um suicidio era bem giro, mas como se refere é um texto de um cobarde.
ResponderExcluirAtenção! Não te estou a chamar cobarde, mas sim ao contexto do texto.
Maria,vou tratar disso!
ResponderExcluirPatrícia,tens toda a razão,é dos actos mais cobardes que pode haver,mas apeteceu-me.
DEIXO UM SORRISO PARA TE CONTAMINAR:)
ResponderExcluirEscreves suoer bem,mas :(:(
DEIXO SORRISOS:)