domingo, 31 de janeiro de 2010
Paixão
E beijar-te na nuca.
Escorregar lentamente até ao teu pescoço...
Sussurrar ao teu ouvido "amo-te"
E terminar na tua boca.
Paradoxo
Aqui vai...
Tentei falar sobre esta imagem agora mesmo, tentar desenvolver um assunto com um mínimo de interesse mas na verdade acho que a imagem fala por si.
Nota1: Cergal é uma marca de Jóla da boa(gostos não se discutem) e da mais barata que se vende no Pingo Doce.
Nota2: Jóla significa cerbeja.
Nota3: Cerbeja é como se diz cerveja lá no norte(de Aveiro para cima vá....)
Nota4: Quando digo que é barata, é meeeesmo barata.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Residência parte V
Uns viciam-se em jogos e fazem directas a jogar, outros viciam-se em blogs e pornografia, outros veneram os morangos com açúcar, outros arranjam qualquer pretexto para não estudar, qualquer mesmo...e outros (poucos) estudam.
Imaginem um conjunto de pessoas (maior parte homens) enclausurados e com um síndrome maníaco-depressivo verificado nos países nórdicos devido à falta de sol, que origina suicídios a pontapé....é fácil de imaginar...tornamo-nos quase que bichos ressabiados, pior que isso vá...
As épocas de exames nunca foram duras por aqui, tirando na véspera claro, em que anda tudo desesperado porque "não têm tempo para estudar"...no resto do tempo o pessoal diz "epa tenho tantos exames e ainda não comecei a estudar" e depois perguntamos uns aos outros "já começaste a estudar?" esperando que a resposta seja "não" para que não nos sintamos tão mal connosco próprios.
Havia tempos em que a época de exames era de descoberta e diversão...tentávamos abrir portas de divisões desconhecidas, faziamos planos para passar noites fora algures pelo país, combinávamos coisas sem sentido, inventávamos teorias, víamos toneladas de filmes (sacados ilegalmente claro, aqui tudo é ilegal), íamos beber para o terraço "secreto", enfim...
Hoje em dia já temos segurança à porta, já há maior controlo e também porque muitos (incluindo eu), já estão a ficar velhos e cansados para estar aqui.
Já chega...!
Alem disso, a nova geração de residentes (e mal de mim falo também) à qual eu chamo a geração do portátil, não convive com ninguém, vive num mundo restringido a quatro paredes e um portátil. Há uns anos conhecia toda a gente da residência, hoje em dia farto-me de ver gente por aqui que nunca vi na vida e pergunto com cara de parvo "aquele caramelo mora aqui??"...
Acho que na vida há momentos para tudo e nesta altura sinto que já é tempo de terminar o curso e ir embora.
Estou a fazer por isso!
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Sem sentido
Aumenta exponencialmente o grau de estupidez.
A insistência na incerteza entre o certo e o errado
Prolonga e aumenta a insensatez.
A consequência derivada da loucura,
Define-se pelo pensamento que não se fez.
Um...
Dois...
Três...
Acorda!!!
Não estás no ritmo certo,
Não sabes onde vais nem de onde vens.
Concentra-te no que não sabes
E naquilo que não tens.
Recorda que no teu mundo nem todos são reais.
Quatro...
Cinco...
Seis...
Ouve-me com atenção!!
Sai para esse mundo fora e descobre.
Reinventa o inimaginável destino que mata e morre.
E conclui que a honestidade não é algo nobre.
Sete...
Oito...
Nove...
Eleva-me!
Adora-me!
Idolatra-me!
Obedece-me!
Serve-me!
Implora-me!
Venera-me!
Admira-me!
Respira-me!
Sente-me!
Sim todos estes...
Dez.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Confidências
O equilíbrio natural permanece perfeito.
O estado de espírito vai-se modificando durante o dia.
À noite, o ar torna-se rarefeito,
E a pouca luz que se via,
Dá lugar ao breu eleito.
Rompe-se o laço mais forte, a ligação mais pura.
O desgosto do fraco respeito,
Do subconsciente animal
Traz à mente uma morte que não cura
Algo vai permanecer igual
Após esta vida tão dura.
A criança já não sente dor nem piedade por si mesma,
Já é o homem que sente o peso da responsabilidade.
Consegue atravessar o prisma
Transforma-se, difunde-se, divide-se na ambiguidade,
Somente ele, mais ninguém.
E na palavra que não quer sair,
Na cumplicidade invisível ao sentir,
O homem perderá tudo o que tem.
domingo, 24 de janeiro de 2010
Lisboa
Lisboa pela noite dentro
Começa como acaba,
Agitada.
As ruelas enchem-se de pessoas,
Algumas repousam nas longas escadarias.
Há o belo e o degradante,
Há o pobre, há o pedinte,
Há o rico com requinte.
Um ambiente envolvente,
Completado por uma mistura enibriante
De álcool e fumo.
Há gritos, euforia,
Libertação de energia.
Vêem-se crimes e pecados
Cometem-se loucuras excessivas
Crescem as almas desinibidas.
Notam-se garotos, jovens, adultos e velhos
Num conflito de gerações inexistente
Devido à mesma loucura latente.
No final da noite, a noite ainda não acaba.
Os resistentes continuam a folia suada
Até se esgotar o último fôlego.
No inicio do dia é hora de ir para casa,
A noite acabou...
Mas amanha há sempre mais
E depois e depois e depois...
sábado, 23 de janeiro de 2010
Estranha maneira
Um exemplo muito prático é a de um estudante que tenta estudar por este método. Como o individuo em observação não quis ser identificado, tive que lhe desenhar uma daquelas máscaras brancas que muitas pessoas levam ao telejornal da tvi e às tardes da Júlia...ah que coincidência...também é da tvi...eu se fosse à tvi também não gostava de mostrar a fronha...aliás os pivôs da tvi deveriam usar máscara branca...e mais longe eu vou...toda a alminha que aparece na tvi deveria usar máscara branca...e não, não tenho nada contra a tvi, só acho uma piada enorme a mimos!
O individuo em causa tem uma estatura normal, e uma capacidade mental impressionantemente ...normal.
Estou a levar a cabo uma pesquisa aprofundada sobre esta estranha maneira de estudar e quem sabe até a experimentar a ver se resulta.
Nota: Enquanto assimila o individuo aproveita para dormir, eu fazia o mesmo!!
Residência parte IV
Não podia passar despercebido a este blog a surpresa que me fizeram no dia do meu aniversário no ano passado aqui nas residências.
Recebi dos melhores presentes que algum dia me poderiam dar.
Aquele dia foi um bom dia...!
Ofereceram-me esta magnifica galinha com um laço verde ao pescoço e tudo!!!
Lamento dizer que apesar dos meus esforços de tentar fazer da pobre bicha o meu animal de estimação, ela foi mesmo ao forno...
Neste ponto a galinha ainda....se encontrava de perfeita saúde...
Antes
Por fim lá veio um moço açoriano cheio de experiência nestas lides com uma faca como deve de ser e lá degolou a Francisca...fiquei triste, mas pelo menos não sofreu mais.
Galinha (h)à Tortura
Ingredientes:
1 Galinha velha enorme que tenha sido morta com um sofrimento de cerca de 15 minutos, já que a Galinha quando está com medo e nervosa contrai os músculos e assim realça o gosto da carne(acabei de inventar isto); 6 dentes de alho; 1 litro de vinho branco e 1 litro de vinho tinto(este último é para beber enquanto se espera que asse); 4 cebolas ; Limão(daqueles frasquinhos amarelos que se vendem nos hipers); 1 litro de azeite e louro.
Coloca-se tudo num tabuleiro mal lavado e vai ao forno durante cerca de 45 minutos(ou então até acabar o vinho...o tinto).
Este post é dedicado à Francisca.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
El gato
Gato sentado
Desenhado pelo tempo,
Num cano enferrujado.
Esperas sentado,
Pensativo
Olhado, mas não visto,
Por quem passa por ti...
Qual Virgem Maria numa tosta qual quê?
Eu vejo um gato sentado
Num cano enferrujado.
No meio dessa tinta branca lascada
Jaz a tua figura imobilizada
Só eu te percebo, só eu te vejo.
És só meu por enquanto.
Os outros vêem tinta lascada,
Eu vejo um gato.
E quando o tempo te levar
Lascar a tinta da tua figura,
Vou lembrar-me de ti
Uma vez por outra.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Insónia
A claridade entra pela janela,
Ouvem-se os carros lá fora.
Desperto de um sonho que não consigo definir
De uma imagem serena, bela
Algo que vi outrora.
No meio de todo este acordar
Ainda se ouvem alguns pássaros lá fora,
A cantar.
O movimento de uma grande cidade ,
Deixa para trás toda a sensação de natureza.
Por vezes deixo de perceber o que me rodeia.
Vivo sentimentalmente na incerteza.
E devido a esta moleza
Crio uma imagem estranha, feia.
No meio desta insónia maldita,
Deste sono leve e sem sentido,
Neste estranho pensamento,
Haverá sempre uma música
Que embala o meu sono perdido.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Há vida em morte
A diferença entre se estar vivo e estar morto reside na existência ou não de pensamento e sentimento.
No decorrer do tempo as prioridades sofrem alterações, no decorrer do tempo aquilo que se acha importante pode ser simplesmente arrumado num canto do consciente para dar lugar a algo novo, um pensamento mais ponderado e maduro. É difícil ao longo da vida fazer uma selecção lógica e racional das prioridades, já que grande parte das nossas prioridades, são emotivas quer queiramos quer não. No fundo somos os ditos animais com um instinto tão banal como um qualquer outro animal. Procuramos sempre o nosso conforto e o daqueles que nos rodeiam e são mais chegados. Certamente somos o nosso cérebro e é o nosso cérebro que simultaneamente controla a parte lógica e emotiva daquilo que somos. Todos somos diferentes, todos temos capacidades diferentes, todos temos condições diferentes e é nessas diferenças que se define a vitalidade de uma pessoa. Poderemos estar mortos estando vivos? Não conheço a definição de vida nem sei se ela existe. Será que alguém internado num hospital em que apenas o coração funciona e o seu cérebro se encontra apagado é considerado uma pessoa viva? Certamente que o seu coração bate e certamente que corre sangue nas veias, mas não somos nós somente o nosso cérebro? Ou seremos algo mais…? Será a vida definida apenas por um movimento involuntário, mecânico, de um órgão que permite a oxigenação do nosso corpo? Pessoalmente penso que não.
Na verdade, um não pode viver sem o outro. E é nesse conjunto de funções entre o cérebro e o coração que reside a vida.
Mas a questão principal encontra-se na definição absoluta da diferença entre vida e morte. O problema certamente não é definir morte, mas sim vida. O problema é saber quando alguém está vivo ou morto.
Cabe ao ser humano ser capaz, ter a coragem de tomar uma grande decisão, a decisão de dar a morte quando esta é necessária. Ou deverá o ser humano cingir-se à sua insignificância racional e deixar a emoção de parte?
Pessoalmente penso que não.
Mas na verdade quem somos nós para decidir quem vive ou quem morre?
Somos pessoas com diferentes sentimentos e movidos por diferentes paixões que “estão cá” e que devem fazer algo para fazer os outros felizes ou menos miseráveis. Acho que é um dever sermos e fazermos os outros felizes. Sem burocracias psicológicas, psiquiátricas e demasiado racionais que o impeçam. Se pensamos porque temos que pensar, porque não sentir porque temos sentimentos?
A felicidade não se mede, é apenas um estado de espírito, uma condição pontual ou não, que pode ser transmitida se quisermos ou não. Cabe ao ser humano decidir se quer transmitir essa felicidade, não só às pessoas que o rodeiam, mas ao próprio ambiente que o sustenta, aos grandes e pequenos seres vivos, que, apesar de alguns não terem cérebro, vivem.
*Texto escrito por mim noutro blog, mas que achei por bem colocar aqui.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Não
Quando me entregam gratuitamente um NÃO.
Foi justo?Mereci?Não creio!
Magoa, essa chapada sem mão.
Saiu sem rodeio, sem pensar sequer.
Foi como uma bala que penetra um órgão vital,
Com uma precisão mortal
Que dói,
Que mói,
Que faz ferver!
Dá vontade de te mandar à merda,
De te mandar foder.
És uma futilidade compulsiva
Que fede,
Do alto de uma cadeira.
Não me digas mais que não...senão...
Não...
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Residência parte III
A aposta consistia em atingir o número 100 de visitantes numa semana, em troca de duas grades de cerveja. Devo dizer que fiquei agradavelmente surpreendido, pois esse número foi atingido em apenas algumas horas.
Pode parecer mesquinho da minha parte, mas faz-me perceber que por vezes um simples capricho individual se pode tornar num objectivo colmatado por uma camaradagem e amizade sem fim.
A todos os que tornaram esta "aposta estúpida" realidade, um MUITO OBRIGADO!
Dedico este post às pessoas dos alojamentos da ENIDH.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Meu amor
Meu amor,
Quem me dera poder reconfortar-te,
Estar a teu lado nos teus momentos de pavor.
Poder sorrir-te, alegrar-te.
Tento com o que me é possível tentar,
Umas quantas palavras acabadas em "pois..."
E depois fica um silêncio, não sei mais o que falar.
E tenho pena por mim, por nós dois.
Os teus projectos soam-me enormes, fantásticos,
Invejo-te pela tua garra, pela persistência.
Por vezes tens sonhos utópicos,
Assustadores, no entanto, com a mesma tendência.
Sabes aquilo que queres e queres o quanto puderes.
Eu sei que queres voltar para casa, para o teu mundo...
Para junto daqueles pequenos grandes prazeres
Que fazem da tua vida um oceano profundo.
Saberei o que te dizer um dia mais tarde
Por agora vou continuar a admirar-te,
E esta nossa chama que arde,
Vai continuar a aquecer-te e a desejar-te.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Residência parte II
O nosso cérebro cria tanta manobra de diversão para nos afastar daquilo que não queremos fazer, cria imagens, pensamentos, palavras ditas repetidas como se fossemos uns doentes psiquiátricos, músicas conhecidas mas com letras inventadas por nós a roçar o ordinário até, sons estranhos...
Um fim de semana fechado numa residência quase fantasmagórica e ter que estudar, leva qualquer um à loucura, principalmente quando a dose diária de nicotina ainda não foi administrada por malandrice e por frio...daqui a pouco vou ali ao corredor...
Ah a frase foi (atenção que, como já disse posso tê-la visto nalgum lado mas não sei onde, por isso vai levar umas aspas que se lixa, Toma!!!(continuação da loucura patológica...dasss....): "Quando for grande quero ser como Jesus Cristo...."(elevo os braços ao ar, volto a baixa-los e digo:)...."Carpinteiro!!!".
O Miguel que estava sentado à minha frente fartou-se de rir. De inicio não percebi, mas depois apercebi-me...e ri-me também.
É mais um dia como tantos outros...
A Fórmula de Deus
"Significa que eu não acredito no Deus da Bíblia."
..."Sabe, na minha infância eu era um menino muito religioso. Mas aos doze anos, comecei a ler livros científicos, daqueles popularuchos e cheguei à conclusão de que a maior parte das histórias da Bíblia não passavam de narrativas místicas. Deixei de ser um crente quase de um dia para o outro. Pus-me a pensar bem no assunto e apercebi-me de que a ideia de um Deus pessoal é um bocado ingénua, infantil até."...
"Porque se trata de um conceito antropomórfico, uma fantasia criada pelo homem para tentar influenciar o seu destino e buscar consolo nas horas difíceis. Como nós não podemos interferir com a natureza, criámos esta ideia de que ela é gerida por um Deus benevolente e paternalista que nos ouve e que nos guia. É uma ideia muito reconfortante, não lhe parece? Criámos a ilusão de que,se rezarmos muito, conseguiremos que Ele controle a natureza e satisfaça os nossos desejos, assim por artes mágicas. Quando as coisas correm mal, e como não compreendemos que um Deus tão benevolente o tenha permitido, dizemos que isso deve obedecer a um qualquer desígnio misterioso e ficamos assim mais confortados. Ora, isso não faz sentido, não lhe parece?"
..."Nós somos uma de entre milhões de espécies que ocupam o terceiro planeta de uma estrela periférica de uma galáxia mediana com milhares de milhões de estrelas, e essa galáxia é, ela própria, uma de entre milhares de milhões de galáxias que existem no universo. Como quer que eu acredite num Deus que se dá ao trabalho de, nesta imensidão de proporções inimagináveis, se preocupar com cada um de nós?"
"Ele é bom e omnipotente, é? Ora aí está uma ideia absurda! Se Ele é de facto bom e omnipotente, como pretende a Bíblia, por que razão permite a existência do mal? Por que razão deixou que ocorresse o Holocausto, por exemplo? Se for a ver bem, os dois conceitos são contraditórios, não são? Se Deus é bom, não pode ser omnipotente, uma vez que não consegue acabar com o mal. Se Ele é omnipotente, não pode ser bom, uma vez que permite a existência do mal. Um conceito exclui o outro"...
"Mas esse conceito tem muitos problemas, já reparou? Se ler a Bíblia com atenção, irá reparar que ela não transmite a imagem de Deus benévolo, mas antes de um Deus ciumento, um Deus que exige fidelidade cega, um Deus que causa tremor, um Deus que pune e sacrifica, um Deus capaz de dizer a Abraão para matar o filho só para ter a certeza de que o patriarca Lhe era fiel. Pois se Ele é omnisciente, não sabia já que Abraão Lhe era fiel? Para quê, sendo Ele bom, esse teste tão cruel? Portanto não pode ser bom."
"Será? Se assim é, por que razão pune Ele as suas criaturas se tudo é Sua criação? Não estará a puni-las por coisas de que é Ele, afinal de contas, o exclusivo responsável? Ao julgar as suas criaturas, não estará Ele a julgar-se a si próprio? Na minha opinião, e para ser franco, só a Sua inexistência O poderá desculpar. Aliás, se formos a ver bem, nem sequer a omnipotência é possível, trata-se de um conceito, também ele, cheio de irresolúveis contradições lógicas."
"Há um paradoxo que implica a impossibilidade da omnipotência e que pode ser formulado da seguinte maneira: se Deus é omnipotente, pode criar uma pedra que seja tão pesada que nem Ele próprio a consegue levantar. Está a ver? É justamente aqui que radica a contradição. Se Deus não conseguir levantar a pedra, Ele não é omnipotente. Se conseguir, Ele também não é omnipotente porque não foi capaz de criar uma pedra que não conseguisse levantar. Conclusão, não existe um Deus omnipotente, isso é uma fantasia do homem em busca de conforto e também de uma explicação para o que não entende."
"Acredito no Deus de Espinosa, que se revela na ordem harmoniosa daquilo que existe. Admiro a beleza e a lógica simples do universo, creio num Deus que se revela no universo, num Deus que"...
A. Einstein
Estas frases definem completamente aquilo que eu penso mas que nunca tinha conseguido explicar.
sábado, 9 de janeiro de 2010
Só um pouco
Nem que tenha sido mesmo só por um bocadinho.
Tinha tantas saudades tuas.
Foi bom sentir-te,
Cheirar-te,
Tocar o teu rosto,sentir a tua pele.
Ver o teu sorriso e saber que és tu.
Que és tu.
Despedi-me apressado de ti,
Já a ver o comboio chegar,
Deste-me um beijo demorado
E já estava com saudade e tu ainda ali,
Ao pé de mim.
Obrigado por teres vindo,
Obrigado por seres quem és.
Obrigado.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Residência parte I
Uns estão doentes, outros arrastam-se por aqui.
Vários problemas e dilemas assolam o dia.
Dilemas/Problemas:
Não há colheres na máquina de café para mexer o açúcar.
1ª hipótese- Sujar uma colher e depois ter que a lavar.
2ª hipótese- Beber o café sem mexer e ficar com um amargo na boca a manhã inteira.
3ª hipótese- Abanar o copinho branco na esperança que algum açucar se dissolva no café.
Tomar banho.
1ª hipótese- Tomar banho, ficar lavado, mas passar um frio insuportável e possivelmente ficar ainda mais doente.
2ª hipótese- Não tomar banho e ficar com o sarro no corpo o dia todo e pensar que não faz mal porque agora é Inverno e não suamos tanto.
Ir à farmácia.
1ª hipótese- Ir à farmácia, implicando sair do conforto do sofá, mas possivelmente ficar mais aliviado da constipação.
2ª hipótese- Ficar no conforto do sofá e continuar com a tosse de cão e com expectoração côr de madeira velha
3ª hipótese- Beber shots de whiskey a lembrar os conselhos dos antigos que diziam que a bebida que tiver mais de 40º curava tudo e apanhar uma carroça "inocentemente".
Fazer a barba.
1ª hipótese- Fazer a barba e ficar com a cara como o rabinho de um bebé.
2ª hipótese- Não fazer a barba e ter esperança de ficar parecido com o George Clooney ou outro gajo qualquer que seja desejado por milhões de mulheres.
Dormir 10 horas e continuar com sono.
1ª hipótese- Voltar para a cama e dormir mais um bocado.
2ª hipótese- Beber um café da máquina que não tem colheres e ficar com o tal amargo na boca a manhã toda, mas ficar desperto como um puto hiperactivo.
3ª hipótese- Cumprir com as responsabilidades matinais e dormir a sesta depois de almoço e falhar as responsabilidades da parte da tarde.
Finalmente por último, mas sempre o primeiro, sair da cama de manhã.
1ª hipótese- Pensar durante 1 minuto e 27 segundos nos prós e contras de ficar na cama. Depois repetir mentalmente durante 13 segundos "vou?...não vou...vou?...não vou" e finalmente sair da cama com um ódio enorme ao mundo inteiro.
2ª hipótese- Ficar na cama mais umas horas e depois acordar e sentir remorsos tais que gostaríamos que o tempo voltasse atrás.
p.s. Embora este texto não seja em prosa, relata fielmente os problemas/dilemas dos estudantes de uma residência.
O Miguel sugeriu este novo formato de escrita para o blog. Se isto não resultar não irei perdoá-lo.
Espera mais um pouco
Não saias do teu mundo formal.
Dá-me a tua mão, leva-me para junto de ti.
Conta-me o que eu não quero ouvir
E julga-me por erros que eu cometi.
Insulta-me para logo a seguir me amares,
Faz-me sentir especial, tanto quanto puderes.
Envolve-me com o teu abraço,
Despe-te, dança, encanta-me...
Leva-me a um outro espaço.
Não!
O que falas tu agora?
Continua o teu ritual, o teu desejo não pára.
Não te distrais com pormenores,
Com os nossos problemas.
Com males cegos, surdos,mudos...os piores.
Não me perguntes o que não quero responder,
Tudo o que eu disser só vai fazer-te sofrer.
Não queiras arriscar.
Continua nessa loucura distante de tudo.
A nossa loucura, longe do verbo amar.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Um Ano Novo?
Fomentam-se novos objectivos,
Criam-se novas expectativas...
Mas...
Continuamos os mesmos,
Cumprimos a mesma rotina.
Já está traçada a nossa sina.
Nascem uns, morrem outros,
Corrigem-se defeitos,
Apuram-se qualidades,
Mudam-se opiniões.
Realizam-se novos feitos,
Aumentam as idades,
Fazem-se previsões.
Cometem-se erros,
Fazem-se descobertas,
Partem-se corações,
Fazem-se promessas.
Tanto que vamos fazer neste "novo" ano...
Mais um ano...
E para o ano, se "Deus quiser"...
Há outro.
Dilema de Natal
Este Natal, gostava de acreditar,
Gostava de voltar a acreditar,
Não no Pai Natal,
Mas sim na suposta criança que nasceu.
A criança sem erro, sem mal,
Que durante anos me foi dada como certa
E que fazia com que a vida fosse uma porta aberta,
Uma viagem de paz e bondade para com os outros
E nós próprios.
Foi a educação que tive,
Que me foi dada,
Entregue.
Mas hoje tudo é diferente,
Já não sou aquele que segue,
Sou aquele que questiona...
Porque é que uma mãe abandona?
Porque é que um homem magoa?
Porque é que um barco não vem à tona?
Porque é que uma tempestade não amaina...?
São os desígnios de Deus?
É a força da natureza?
Não sei...!
Neste momento sinto-me tão sábio,
Como um grão de areia.
Por isso pergunto...
Com medo deste delicado assunto...
Vale a pena perguntar?