Continuaram de volta do telemóvel mais alguns minutos, o Zé jogava e o Pedro dava as instruções, o Zé não queria outra coisa e pela primeira vez desde alguns dias que se esquecera dos berlindes por completo. Queria explorar, queria descobrir, queria brincar com aquela máquina de jogos que também era um telefone, queria tirar fotografias, ouvir as músicas e enviar mensagens aos amigos.
A tarde já estava a cair.
-Acho melhor ir embora. - disse o Pedro já com medo de um sermão.
O Zé descolou os olhos do ecrã e reparou com espanto que o sol já quase não se via.
-Ahhh!! Já devia estar em casa!! - gritou o Zé.
-É melhor irmos. Posso ficar com o teu número?
-Hum...eu não o sei de cor...encontramo-nos amanha aqui à mesma hora.
-Amanha já não posso, vou embora para casa depois de almoço.
-Hum...então da próxima vez que vieres pode ser que nos voltemos a encontrar, ah e não te esqueças do telemóvel.
-Está bem.
Deram um aperto de mão e foi cada um para seu lado.
O Zé correu até casa e assim que entrou na porta da cozinha viu a mãe a preparar o jantar.
-Oh filho, tão tarde?
-Desculpa mãe, encontrei um amigo pelo caminho e...estivemos a jogar ao berlinde.
-Esses berlindes não te saem da cabeça pois não?
O Zé esboçou um sorriso amarelo.
-Vem cá. - disse a mãe. - Toma, são para ti.
Um saco enorme de berlindes.
O Zé agradeceu, pegou-lhes e pousou-os em cima da mesa.
-Mãe...
-Diz!
-Já sei o que quero para o Natal.
-Oh filho mas ainda estamos em Setembro.
-Mas eu já sei.
Fim.
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